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Nitrogénio: A Base da Cor e do Crescimento nas Plantas Aquáticas
Se o CO₂ é o motor do crescimento, o nitrogénio é o combustível. É um dos nutrientes mais importantes no aquário plantado, e também um dos mais mal compreendidos.
Neste artigo, vamos esclarecer tudo: formas de nitrogénio, diferenças entre fontes orgânicas e inorgânicas, como e quando fertilizar, e sobretudo, porque não deves ter medo dos nitratos.
O nitrogénio está presente na:
Clorofila, o pigmento que capta a luz para a fotossíntese.
Proteínas, essenciais para todas as funções metabólicas.
ADN e RNA, que controlam o crescimento celular.
Sem nitrogénio suficiente, as plantas perdem cor, deixam de crescer e tornam-se mais vulneráveis a algas e doenças. Mas a forma como o fornecemos faz toda a diferença.
Nitrato (NO₃⁻) – a forma mais segura e estável.
Amónio (NH₄⁺) – muito eficiente, mas com mais riscos.
Ureia – menos comum, mas pode existir em fertilizantes avançados.
Nos aquários plantados, o nitrato é geralmente fornecido por fertilizantes. Sendo um composto inorgânico e estável, é praticamente não tóxico para a fauna — mesmo em concentrações relativamente elevadas.
“Mas e se o meu teste der 40 ou 50 ppm? Não é perigoso?”
Não necessariamente.
O que importa é a origem desses nitratos.
Nitratos inorgânicos (de fertilizantes): seguros, limpos, sem efeito negativo direto.
Nitratos orgânicos (de matéria em decomposição): sinal de má qualidade da água e possível presença de amónia/nitritos.
É por isso que os valores dos testes não contam toda a história. Um aquário limpo com 40 ppm de nitrato pode estar perfeitamente saudável. Um aquário sujo com o mesmo valor, pode ser um desastre.
O NH₄⁺ é a forma preferida de nitrogénio para as plantas — é absorvido de imediato, e mais eficiente metabolicamente. Mas existe um problema: se o pH subir, o amónio pode transformar-se em amónia (NH₃), que é extremamente tóxica.
Por isso, o uso de fertilizantes com amónio só é recomendado em setups com pH ácido (< 7.0), bem estáveis e com consumo elevado (ex: high tech).
Pequenas doses de amónio, entre 0.1 e 0.3 ppm por dia, são seguras em aquários densamente plantados com boa circulação e CO₂. É como dar um Red Bull às plantas — um boost imediato.
Para aquários high tech:
Fertilizantes com nitrato + amónio + (eventualmente) ureia são ideais para crescimento acelerado e colorações intensas.
Para aquários low tech:
Foca-te em fertilizantes que só contenham nitrato como fonte de nitrogénio, pela segurança e estabilidade.
Folhas amareladas (normalmente nas mais velhas).
Crescimento lento ou travado.
Plantas de caule a perderem intensidade na coloração.
Atenção: em carência de nitrogénio, a planta transporta nutrientes das folhas velhas para as novas, daí os sintomas aparecerem primeiro nas folhas mais antigas (ao contrário, por exemplo, do ferro).
Errado, se estamos a falar de nitratos inorgânicos provenientes de fertilização.
O que mata peixes é:
A decomposição orgânica excessiva (peixe morto, excesso de comida).
A acumulação de amónia e nitritos, que são intermediários do ciclo do azoto.
Falta de manutenção e TPAs.
Os nitratos, por si, são o produto final desse ciclo — e quando vêm de fertilizantes, não representam risco real.
O nitrogénio é essencial para cor, crescimento e metabolismo.
Nitrato é seguro e deve ser a base da fertilização em aquários normais.
Amónio é poderoso, mas deve ser usado com critério.
Testes nem sempre contam a história completa: observa as plantas!
Nunca confundas nitratos de fertilização com sujidade orgânica.