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Algas no Aquário Plantado: Mito, Realidade e Como Evitar Erros Fatais
As algas são um dos maiores pesadelos para qualquer aquariofilista, seja iniciante ou experiente. Assim que aparecem, geram ansiedade, teorias e muitas vezes... decisões precipitadas.
Um dos maiores erros é culpar os fertilizantes. Mas será que são mesmo os nutrientes que provocam algas?
Neste artigo vamos desfazer mitos, explicar as verdadeiras causas das algas e mostrar como lidar com elas de forma inteligente e eficaz.
A verdade é esta: os esporos de algas muito possivelmente estão presentes em praticamente todos os aquários, desde o primeiro dia. Estão nas folhas, nas rochas, no substrato, no filtro. E não os conseguimos ver a olho nu.
A questão não é eliminá-los, mas sim evitar que entrem em modo de crescimento.
Para um esporo de alga se desenvolver, é necessário um gatilho. Os mais comuns são:
Picos de amónia (NH3) ,o principal desencadeador,
Excesso de luz, especialmente em desequilíbrio com os nutrientes,
Carga orgânica acumulada (comida a mais, matéria vegetal morta, peixes em excesso),
Má circulação, que cria zonas “mortas” no aquário,
Carências nutricionais específicas, que afetam a competitividade das plantas.
O mais curioso é que a falta de nutrientes é muitas vezes o problema, não o excesso.
Este é um dos maiores erros cometidos ao lidar com algas.
“Apareceram algas, vou parar de fertilizar…”
Isto apenas agrava o problema. Porquê?
As plantas deixam de ter o que precisam para crescer.
Sem crescimento saudável, as plantas deixam de competir com as algas.
Plantas carentes libertam mais sub-produtos (açúcares, proteínas), que alimentam as algas.
O sistema entra em colapso nutricional, favorecendo o crescimento de algas oportunistas.
Se surgirem algas, a resposta nunca deve ser cortar na fertilização. A resposta é diagnosticar e ajustar.
Plantas bem nutridas, com paredes celulares robustas e crescimento constante:
Competem eficazmente por nutrientes e CO₂,
Inibem algas através de alelopatia (libertação de compostos inibidores),
Não libertam compostos orgânicos em excesso para a água.
Basicamente: plantas saudáveis = poucas ou nenhumas algas.
GSA (Green Spot Algae): pequenos pontos verdes duros no vidro ou folhas = falta de fosfato.
BGA (Cianobactérias): camada viscosa azul-esverdeada = falta de nitratos + excesso de matéria orgânica e baixa oxigenação.
Filamentosas (Cladophora, Oedogonium, etc.): crescimento desequilibrado entre luz, CO2 e fertilização, muitas vezes introduzida no sistema.
Identifica a causa raiz – não te fies apenas no aspeto da alga.
Verifica a fertilização, especialmente os macros (N, P, K).
Melhora a circulação – garante que todos os nutrientes e CO₂ chegam a todas as zonas.
Remove manualmente o máximo possível da alga visível.
Aumenta a frequência das TPAs – reduz carga orgânica e toxinas.
Limpa o filtro, especialmente se não o fazes há muito tempo.
Evita picos de luz intensa enquanto o sistema não estiver estável, é preferivel mais horas e menos intensidade de luz.
Em casos extremos, um blackout (3-5 dias sem luz) pode travar certas espécies de algas, mas deve ser acompanhado de ajuste nutricional e limpeza profunda para funcionar.
As algas não surgem por excesso de fertilizantes, mas por desequilíbrio entre luz, nutrientes e carga orgânica.
Parar a fertilização agrava o problema e enfraquece as plantas.
A saúde geral das plantas é o melhor “algicida” que podes ter.
O foco deve estar em prevenção, equilíbrio e manutenção contínua.